HAARVÖL
The wayfarer
HAARVÖL
The wayfarer CD+DVD+Prints limited numbered audEo fds008 CD
DVD: Films
PRINTS: Photos
Inclui também duas gravuras originais no exterior, sendo cada exemplar numerado, assinado e datado pelo seu autor, Eduardo Belga. Haarvöl Fernando José Pereira - eletrónica e field recordings João Faria - eletrónica e field recordings Rui Manuel Vieira - imagens e vídeos + Isabel Morais - vídeo Jerónimo Rocha - vídeo Eduardo Brito - vídeo João Marçal - foto Felícia Teixeira / João Brojo - foto André Alves - foto Sturqen - foto X. Lois Gutierrez Faílde - foto Joana Conceição - foto Eduardo Belga - gravuras da capa Joana Paradinha - serigrafia do interior Todas as composições da autoria de Haarvöl Capa de 208x208mm e 4 páginas, totalmente executada à mão, com duas gravuras originais no exterior, sendo cada exemplar numerado, assinado e datado pelo seu autor. O interior foi executado em serigrafia manual, contendo o CD, o DVD e ainda 6 fotografias de autor com 100x150mm cada. O conjunto é fechado num envelope branco de papel vegetal, com a identificação da obra e o selo de classificação etária no exterior.
Edição limitada a 30 exemplares numerados para comercialização e mais 20 considerados hors-série. Registo IGAC nº 157/2021 Classificação etária: M/6 Reservados todos os direitos dos autores e do editor, sendo proibida a duplicação, exibição ou qualquer outra utilização não autorizada desta obra, no todo ou em parte.
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Será, no mínimo, curioso que um objecto com este título esteja a sair este ano e com a crise sanitária que vivemos. Contudo, o projecto começou a desenhar-se muito antes. Em 2015, iniciámos a composição de uma proposta ambiciosa que queria abordar as duas componentes essenciais da nossa prática: o som e as imagens. A escolha do título para este projecto recaiu numa palavra já antiga e que significa, em português, algo próximo da ideia de viajante. Este viajante de que queríamos falar metaforicamente era o objecto que, então, nos propúnhamos a criar. Constituía-se como uma espécie de versão alternativa às sonoridades mais ásperas que praticávamos. Uma aproximação a uma ideia de quietude. Mas esta, proposta em duas partes complementares: uma de sentir mais onírico e a outra mais velada pela realidade, seria, também, uma forma de deriva (psicogeográfica, como diziam os Situacionistas). Deriva pelas sonoridades mais tranquilas que nos propusemos a explorar e, sobretudo, uma deriva por essa liberdade intransigente que são as contribuições dos nossos amigos que aqui colaboram em perfeita singularidade na sua reacção às sonoridades iniciais. Um título “The wayfarer” que se queria materializar em forma de metáfora e que pelas contingências que sempre se intrometem nestes processos, veio a afirmar-se, já nos nossos dias, como uma catarse. Primeiro, pela condição intrínseca dos sons e das imagens, que nos transportam para onde quisermos e que neste objecto misto nos podem levar do extremo sul em Ushuaia, passando pelas estradas concorridas dos Estados Unidos, ou pela vizinhança caseira, urbana ou rural, até às paisagens mentais mais recônditas. Seria quase uma banalidade e, no entanto, trata-se de uma possibilidade que a arte sempre quis ter: ser aberta, como dizia Umberto Eco. Já o queríamos em 2015, mas agora, em plena pandemia, em pleno confinamento compulsivo em que estamos enredados há um ano e para o qual não vemos ainda um fim claramente focado, fica reforçada esta condição. Se já fazia sentido lançar um objecto com estas características quando iniciámos todo o processo, hoje, pelas circunstâncias em que vivemos, faz ainda mais. Por isso, talvez este tempo todo de espera seja compensado pelo fruir do acompanhar deste viajante. Pela deriva que nos propõe, pela calma liberdade de viajarmos acompanhados de sons e imagens que nos propõem essa condição derridiana de im-possibilidade, quer dizer, transformar uma significação de negatividade no seu contrário. A im-possibilidade pandémica é, assim, reinterpretada em forma de positividade numa possibilidade de viagem mental e de que tanto necessitamos nos tempos que correm. Haarvöl It is curious, to say the least, that an object with this title is being released this year, right in the middle of the global health crisis. However, this project started a long time ago. In 2015 we began working on an ambitious challenge aimed at highlighting the two essential sides of our body of work: sound and image. The title we chose is an ancient word which means something like a wanderer. This wanderer which we wanted to discuss metaphorically was the object that we then wanted to create. It was intended as a kind of alternative version of the harsher soundscapes we were composing. An approximation to an idea of quietude. Thus, we made it in two complementary parts: a dreamlike one and another veiled by reality. This one can be seen as a mental drift (psychogeographic, as the Situationists stated). A drift through the quiet sonorities we set out to explore and, above all, a drift along this uncompromising freedom that are our friends’ singular contributions, as a reaction to the initial sonorities. A title, “The wayfarer”, which wanted to materialize as a metaphor and which, as a result of the contingencies that always meddle in the process, ended up - in these fraught times - as a catharsis. Firstly, by the intrinsic condition of the sounds and the images, that transport us to wherever we want and that, in this mixed object, can take us from the extreme south in Ushuaia, along the crowded highways in the USA, or just around the neighborhood, urban or rural, to the most hidden mental landscapes. It could be almost a banality, and yet it is just a possibility that art always wants to have: to be open, as Umberto Eco once said. We already wanted this in 2015, but now, during this pandemic, in this forced lockdown in which we have been trapped for a year with no end in sight, this contradiction is reinforced. If it was already making sense to release an object like this when we started the project, then today, under these circumstances, it makes even more. Therefore, maybe all this time that we have been waiting may be compensated by enjoying accompanying this traveler. Through the drift it proposes, through the calm freedom of travelling with sounds and images that propose that derridean condition of im-possibility, in other words, the ability to transform a meaning of negativity into its opposite. The pandemic im-possibility is, thus, reinterpreted as a form of positivity as the possibility of a mental journey which is much needed nowadays. Haarvöl |